quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Era uma Vez... parte II

E a família permanecia com sua rotina: Trabalho, escola e divertimento. Aos finais de semana, costumavam ir ao Clube Poliesportivo, onde o pai ensinava a soltar pipa, jogavam bola, andavam de bicicleta, e faziam o que podiam pra se divertir por lá. Os pais, mesmo sem tempo e cansados, adoravam se divertir com as crianças. A mãe, mesmo em meio as ocupações de pagar contas e resolver os problemas da casa, gostava de ver ses filhos felizes, brincando, conhecendo sobre a vida, pregando valores. Ela enquanto cozinhava, ouvia sons variados, como um vinil do Beatles, Elis Regina, e Roberto Carlos. O pai, ensinou aos poucos, a caçula a "plantar bananeira", os meninos a darem "chutão" com a bola, a jogarem dominó, a ouvirem Raul Seixas, e gostava também de conversar, de contar os acontecimentos de seu dia-a-dia.
A família sempre se divertiu em pequenas atitudes, era prazeiroso ter a mãe e o pai por perto. Mas durante semana,
na falta do que fazer, os irmãos atentaram a irmã por diversas vezes. Crianças são sinceras, são carinhosas, são despreocupadas, mas não podemos esquecer que crianças também são cruéis. A casa possuia um porão grande que ficava abaixo dos quartos. Um dia, o irmão mais velho, começou a gritar lá no quintal, enquanto sua irmã assistia TV.
Ela, assustada, não quis ir ver, pois sabia que seus outro irmãos estavam juntos, caso algo acontecesse. Porém, seu irmão veio chamá-la pra socorrer o irmão que permanecia gritando, e ela já aflita, perguntou o que estava acontecendo. Ele disse que o MONSTRO DO PORÃO estava atacando-o. Ela se desesperou (imagine, criança de 5 anos de idade) e começou a berrar, mas se recusou a ir até lá. E de repente, surge seu irmão correndo para dentro da casa, chorando e gritando, com a cara ensanguentada, com as duas mãos cobrindo parcialmente o rosto! Ele passou por ela e foi ao banheiro. Ela, em choque, com o coração na boca, correu e trancou a porta que tinha acesso ao quintal. Respirou fundo e ficou ali, chorando... até começar a ouvir uns risos, e ela foi indo em direção ao banheiro, onde viu a toalha na mão deles, cheia de tinta-guache vermelha. Que maldade, não?!

Todos tinham um grande carinho por animais. Um dia, o pai chegou de moto, com uma caixa de sapato na garupa. Todas as crianças correram curiosas pra ver o que era, e ele disse: " Shiiii ! escutem!" e o som suave dos pintinhos invadiu as crianças, trazendo um grande sorriso!! Após uma semana cuidando dos pintinhos em um viveiro no quintal, eles soltavam a tarde pra que eles tivessem mais espaço. Porém, na casa haviam dois cachorros: o Tigre e o Bummer. Ah, uma observação: A mãe sempre quis que os filhos tivessem contato com os bichinhos, pra não dizerem um dia que não tiveram um, nesse raciocínio, tiveram na casa, ao decorrer da infância: 3 coelhos, 2 preás, 3 piriquitos, 5 ramsters, 8 galinhas, 3 cachorros, 1 jabuti, 2 tartarugas marinhas, 2 siris, 1 veado (filhote, que foi encontrado na pista uma vez, e por pouco tempo já entregamos ao Zoo) e até 01porco, tudo isso criado com carinho no quintal com 2x5 mt de terra, em meio ao caos de São Paulo.
Voltando. Ao soltarem os pintinhos, em uma tarde, a família recebeu visita, e esqueceu os dois cachorros juntos aos pintinhos no quintal, quando se deram conta, lá estavam os seis pintinhos, caidos, imóveis e bem machucados. Tentaram salvar, mas somente um deles, com um corte na cabeça ainda respirava. Ele foi criado com todo cuidado por todos da casa. O tempo passou, e o pintinho frágil, se tornou um enorme galo branco. Os cachorros, quando juntos no quintal, fugiam dele como o diabo da cruz, morriam de medo!


Moral dessa história: Nunca tenha pensamentos de perder o amigo mas não perder a piada, pois quando perder o amigo, pode se arrepender do pensamento imediatamente (claro que nesta história, são crianças, porém em meio aos adultos acontecem muitas pirraças gratuitas ao próximo) e tome cuidado: Aquele que se acha acima do bem e do mal hoje, pode amanhã ser refém daqueles que estiveram por baixo, por isso, seja humano com o próximo, não pise, tenha tolerância que a vida retribuirá...



E continua.....


Ana Laura Mendes Sanchez

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