quinta-feira, 19 de maio de 2011

A essencia da Alma

Por meu amigo William Peres

A vida se torna mais bela e mais complexa a medida que se vive ela, nos tornamos tão orgulhosos em face do conhecimento o qual ao longo da nossa trajetória vamos adquirindo que passamos a nem nos darmos mais o direito de errar, e consecutivamente nos entregamos aos caminhos do materialismo, os quais a palavra chave é ganhar.



Nos esquecemos tanto do que é realmente ser feliz, nos afastamos tanto do que nos dava ou poderia nos dar prazer, que mesmo a mais bela música nos chega como barulho aos ouvidos, não atingindo em hipótese alguma o coração. E nos esquecemos muitas vezes de nos perguntarmos, isso é viver? Pergunta a qual a melhor resposta seria, certamente que não.


Apontamos os erros dos outros, não enxergamos os nossos próprios, somos indulgentes para conosco, mas verdadeiros juízes para com o próximo, riscamos a palavra perdoar do nosso dicionário, pois passamos a ter a errônea idéia de que “perdoar” é para os fracos, como se guardar mágoa fosse o mesmo que ser forte, agindo assim, de nós mesmos passamos a ser carrascos, decretamos a nossa própria morte,mas não somente a morte física, como concomitantemente a morte espiritual, sendo esta a maior morte de todas, passamos a agir como o homem sem fé nas pessoas, que não passa de um ser transitando pela Terra, que não vê senão pouco além daquilo que seus pobres e limitados olhos podem lhe oferecer,homem este que se vê impossibilitado de enxergar com a alma e se afinar com o universo, este universo que é parte irrestrita de Deus, sendo Deus a perfeição, tudo aquilo de bom que não podemos definir com palavras, mas podemos sentir no coração. Coração daqueles que não perdem a esperança, dos justos, dos mansos, dos que vêem a luz na escuridão, aquecem os que passam frio, alimentam os que tem fome, e crêem que as leis de Deus não passarão, como passam as do Homem.


Para aqueles que se lançam ao abismo do orgulho, cheios de seus títulos, mestres, doutores, e perderam a humildade, só nos resta o sentimento de tristeza e, lhes oferecermos a nossa mais sincera amizade, afinal que futuro tem o orgulhoso, o egoísta, a não ser a dor e a solidão? Do que adianta tanto conhecimento, tanta filosofia se não conseguirmos ajudar ao nosso irmão, se não formos capazes de filosofar? Aliás, cabe a nós termos discernimento para diferenciarmos conhecimento de sabedoria, para que possamos realmente usar o nosso conhecimento de uma forma sábia.


Assim, com o passar do tempo faz se necessário se manter nos caminhos do bem, combater o mal, dentro do que nos for possível e talvez até mesmo realizarmos o impossível, para então, quando chegar o momento final, podermos ter a certeza de que demos o máximo de nós próprios, fizemos o que podíamos, e ao fecharmos os nossos olhos sentirmos a paz do dever cumprido, da consciência livre dos tormentos, livre das angústias, das cobranças pelo desequilíbrio, que muitas vezes nos entregamos ao nos afastarmos da caridade, a não darmos valor a quem amamos.


Ter bom ânimo é indispensável, vencer o mundo é o grande desafio, entendendo que quanto maior o combate maior a glória da vitória, e por mais que nos atinja o pessimismo, tenhamos a certeza de que não estamos sozinhos, a divindade não é um mito, a não ser para aqueles que se prendem a terra, quando deveriam fazer parte do maravilhoso cosmos infinito.

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